Os fitoterápicos são drogas extraídas de plantas medicinais ou parte delas (flores, frutos, cascas, folhas e raízes) que possuem propriedades confirmadas de prevenção, tratamento e cura de diversas doenças. Na atualidade cerca de 50% das drogas empregadas na terapêutica são extraídas direta ou indiretamente de plantas medicinais. De acordo com a OMS (Organização Mundial de Saúde) cerca de 70% a 95% da população de países em desenvolvimento utilizam plantas com fins terapêuticos.
O cerrado é um dos maiores biomas brasileiros, ocupando 23% de todo território nacional. Mais de 500 espécies de plantas medicinais são utilizadas por comunidades tradicionais que vivem no cerrado. Uma família encontrada neste bioma é a Moraceae, a qual inclui em torno de 50 gêneros e 1.500 espécies, no Brasil ela é representada por 27 gêneros e aproximadamente 250 espécies incluindo arbustos, árvores e ervas normalmente latescentes.
Entre as espécies de interesse temos a Brosimum gaudichaudii conhecida popularmente como mama cadela, é utilizada na medicina popular, principalmente no tratamento contra o vitiligo apresentando também ação anti-inflamatória, antirreumática, diurética, desintoxicante, depurativo do sangue, hepatite, aromatizante, dieta de bovinos, possui atividade antimicrobiana e fotossensibilizante. A Brosimum gaudichaudii possui metabólitos secundários tais como taninos, flavonóides, saponinas, alcalóides e terpenóides, responsáveis por muitas das suas propriedades terapêuticas. Atualmente as plantas estão sendo estudadas a fim de encontrar biocompostos com características antimicrobianas, sendo imprescindível a problemática da resistência que muitos microrganismos já adquiriram aos antibióticos convencionais. O principal fator responsável pela resistência é o uso inadequado dos antibióticos por parte da população, diminuindo cada vez mais as opções de tratamento. Salientamos que a pesquisa da toxicidade da Mama cadela é de grande importância, já que pode agravar ao paciente com altas doses dela. Devido ao grande problema de resistência aos antimicrobianos utilizados atualmente no tratamento de numerosas infecções e a busca cada vez mais de medicamentos fitoterápicos é de extrema relevância o estudo das folhas de Brosimum gaudichaudii, como uma nova possibilidade de medicamento fitoterápico.